quinta-feira, 10 de julho de 2008

Como vejo o mundo


"Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas.

E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida simples e natural, de corpo e de espírito.

Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças humanas, esta moral me tranquiliza e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e deixo de me levar, a mim ou aos outros, a sério demais.

Vejo então o mundo com bom humor. Não posso me preocupar com o sentido ou a finalidade de minha existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista estritamente objetivo, é absurdo. E no entanto, como homem, alguns ideais dirigem minhas ações e orientam meus juízos. Porque jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo.

Em compensação, foram ideais que suscitaram meus esforços e me permitiram viver. Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico com outras sensibilidades semelhantes à minha e se não me obstino incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na arte e na ciência, a vida perde todo o sentido para mim. Ora, a humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava.

Tenho forte amor pela justiça, pelo compromisso social. Mas com muita dificuldade me integro com os homens e em suas comunidades. Não lhes sinto a falta porque sou profundamente um solitário. Sinto-me realmente ligado ao Estado, à pátria, a meus amigos, a minha família no sentido completo do termo. Mas meu coração experimenta, diante desses laços, curioso sentimento de estranheza, de afastamento e a idade vem acentuando ainda mais essa distância. Conheço com lucidez e sem prevenção as fronteiras da comunicação e da harmonia entre mim e os outros homens. Com isso perdi algo da ingenuidade ou da inocência, mas ganhei minha independência. Já não mais firmo uma opinião, um hábito ou um julgamento sobre outra pessoa. Testei o homem. É inconsistente.

A virtude republicana corresponde a meu ideal político. Cada vida encarna a dignidade da pessoa humana, e nenhum destino poderá justificar uma exaltação qualquer de quem quer que seja. Ora, o acaso brinca comigo. Porque os homens me testemunham uma incrível e excessiva admiração e veneração. Não quero e não mereço nada. Imagino qual seja a causa profunda, mas quimérica, de seu sentimento. Querem compreender as poucas idéias que descobri. Mas a elas consagrei minha vida, uma vida inteira de esforço ininterrupto.Fazer, criar, inventar exigem uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade. Reconheço esta evidência. Os cidadãos executantes, porém, não deverão nunca ser obrigados e poderão escolher sempre seu chefe.

Ora, bem depressa e inexoravelmente, um sistema autocrático de domínio se instala e o ideal republicano degenera. A violência fascina os seres moralmente mais fracos. Um tirano vence por seu gênio, mas seu sucessor será sempre um rematado canalha. Por esta razão, luto sem tréguas e apaixonadamente contra os sistemas dessa natureza, contra a Itália fascista de hoje e contra a Rússia soviética de hoje.

A atual democracia na Europa naufraga e culpamos por esse naufrágio o desaparecimento da ideologia republicana. Aí vejo duas causas terrivelmente graves. Os chefes de governo não encarnam a estabilidade e o modo da votação se revela impessoal. Ora, creio que os Estados Unidos da América encontraram a solução desse problema. Escolhem um presidente responsável eleito por quatro anos. Governa efetivamente e afirma de verdade seu compromisso.
Em compensação, o sistema político europeu se preocupa mais com o cidadão, com o enfermo e o indigente. Nos mecanismos universais, o mecanismo Estado não se impõe como o mais indispensável. Mas é a pessoa humana, livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de embrutecimento.

A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem... Não merece um cérebro humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta ignomínia.

No entanto, creio profundamente na humanidade. Sei que este câncer de há muito deveria ter sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente corrompido. E os culpados são: escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.

O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram. Aureolada de temor, é a realidade secreta do mistério que constitui também a religião. Homens reconhecem então algo de impenetrável a suas inteligências, conhecem porém as manifestações desta ordem suprema e da Beleza inalterável. Homens se confessam limitados e seu espírito não pode apreender esta perfeição. E este conhecimento e esta confissão tomam o nome de religião. Deste modo, mas somente deste modo, soa profundamente religioso, bem como esses homens. Não posso imaginar um Deus a recompensar e a castigar o objeto de sua criação. Não posso fazer idéia de um ser que sobreviva à morte do corpo. Se semelhantes idéias germinam em um espírito, para mim é ele um fraco, medroso e estupidamente egoísta.Não me canso de contemplar o mistério da eternidade da vida.

Tenho uma intuição da extraordinária construção do ser. Mesmo que o esforço para compreendê-lo fique sempre desproporcionado, vejo a Razão se manifestar na vida”.


ALBERT EINSTEIN

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O corcel fantasma cavalgando no monte ilusório colorido por seus olhos.



Houve um tempo em que fechando os olhos
éramos transportados para um mundo colorido.
As cinzas caindo do céu transmutavam-se em gélidas gotas de perfume
e o vento sussurrava doces canções a ninar a mente.
O sol não mais ardia, clareava tão somente o dia que era límpido
onde as estrelas maiores não eram fixas
aos meus olhos saltavam, sem destino certo
no abismo das incertezas.

As ondas do mar já não quebravam no costão rochoso,
contrariando a lógica transformavam-se em gotículas
a salpicar nosso corpo abrigo sobre a pedra.
Neste instante os olhos fitavam o horizonte,
onde barcos a deriva percorriam a escuridão do imenso desconhecido,
a clonar exatamente a profundidade de seu olhar...
Eu me perdi.

Curiosamente não havia questionamento,
não havia o contar do tempo e o soprar do vento,
não havia a condição ou a contradição,
só mãos juntas repousando sobre o nosso mundo.
Mundo este em que seu destino era o meu, e o meu o seu
destino nada calculado, nem tão pouco temido,
medido e sentido sob contornos espaciais ilógicos de infinito.
O infinito eram as curvas do seu corpo,
corpo este a se chocar com o meu ao sabor das ondas.

Pegamos aquele barco em pensamento navegamos
não havia vela nem remo,
nem espaço e nem tempo
nem vendo e sequer pensamento
sem lenço ou documento,
percorríamos as horas
em barco fantasma na imensidão do mar sem fim.

O tempo era o infinito,
o horizonte comprido,
a terra fofa, fina e limpa
onde castelos fizemos e moramos
medievais eram os segundos
onde com espada e escudo protegia o jardim
jardim este dono de uma flor
a colhi em seus lábios.

Seu néctar era doce,
doce como algodão-doce
seu beijo era molhado,
não era um pecado
não tinha começo ou fim
tão somente era mensurado
sob régua de um apaixonado.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Crepúsculo do olhar (confusão colorimétrica dos sentidos)



Houve uma eterna e única fagulha de luz saindo de seus olhos negros como fim dos tempos vindo em minha direção a observar meus lábios enquanto falava imensidão de delírios sentimentais e decaia em sonhos vãos com olhos fechando e abrindo sem pressa a espera daquele seu beijo.

Curiosamente a lua brilhava enquanto nuvens doces pairavam cinzas sobre o céu negro, nós já deitados sobre a grama verdinha e molhada pelo orvalho contávamos estrelas montando flores entregues um ao outro, o vento sobrava brisa perfumada por seus cabelos espalhados ao sabor do acaso entrelaçados em meus dedos a segurar seus braços delicadamente enquanto que seus irmãos dedos deslizavam sobre seu rosto frio ao luar ainda mais branco pesando sobre meus lábios intensamente vermelhos e vibrantes.

A luz do seu olhar negro se perdeu no abismo dos meus olhos mel enquanto as retinas agitavam-se rapidamente procurando uma fuga do prazer e da intensidade pujante de sons agonizantes e delirantes banhados pela fina chuva caindo lentamente ao nosso corpo fervente atacado por gélidos calafrios a esmo insistentes fazendo tremer sua perna em falso na grama pressionada pelo peso do meu corpo meio suado a procurar abrigo nas curvas do seu.

A grama cozia enquanto o orvalho evaporava, redemoinhos perfumavam e os olhos procuravam repouso da agitação rotativa e saltitante, os lábios se perdiam nos rios de seus iguais a espera de uma língua nada declamante apenas andante a deslizar sobre o assoalho lingual ao mesmo tempo que o corpo sentia no outro o abir e fechar dos póros em cada calafrio e gemido.

O Sol vinha nascendo, o silencio retomando o cenário, ao longe flores abriam suas corolas e beija-flores repousavam seus bicos, nossos olhos a observar o nascimento de arco-íris sombrios e o voo de borboletas, segundos compartilhados pelo entrelaçar de mãos, pernas e viajar da mente em busca da eternização do momento, guardado em páginas já amareladas por um tempo em que guardado na gaveta da mente permaneceu a confissão de horas épicas no campo desconhecido e semeado do desejo perdição de em seus olhos viajar sem destino assistindo fechá-los ao toque de meus lábios, girando sem nexo ou destino aparente na imensidão do pecado de sonhar em ter você só pra mim.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Me dê motivo

Me dê motivo
Prá ir embora
Estou vendo a hora
De te perder
Me dê motivo
Vai ser agora
Estou indo embora
O que fazer?...
Estou indo embora
Não faz sentido
Ficar contigo
Melhor assim
É nessa hora
Que o homem chora
A dor é forte
Demais prá mim...
-"já que você quis assimtudo bem
cada um pro seu ladoa vida é isso mesmo
eu vou procurar e sei que vou encontrar
alguém melhor que você
espero que seja felizno seu novo caminho
ficar com contigo não faz sentido
melhor assim
"Me dê motivo
Foi jogo sujo
E agora eu fujo
Prá não sofrer
Fui teu amigo
Te dei o mundo
Você foi fundo
Quis me perder..
Agora é tarde
Não tem mais jeito
E o teu defeito
Não tem perdão
Eu vou à luta
Que a vida é curta
Não vale a pena
Sofrer em vão...
Pode crer você pôs tudo a perder
Não podia me fazer o que fez
E por mais que você tente negar
Me dê motivo!
Pode crer eu vou sair por aí
E mostrar que posso ser bem feliz
Encontrar alguém que saiba me dá
Me dá motivo
Me dá motivo!...

Incompatibilidade de certezas





"A noite está estrelada,e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".

O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Eu amei-a e por vezes ela também me amou.

Em noites como esta tive-a em meus braços.

Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.

Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Pensar que não a tenho.

Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa,

mais imensa sem ela.

E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.

A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta.

Ao longe.

A minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.

O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.

Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.

Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.

Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro.

Será de outro.

Como antes dos meus beijos.

A voz, o corpo claro.

Os seus olhos infinitos.

Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.

É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,

a minha alma não se contenta por havê-la perdido.

Embora seja a última dor que ela me causa,

e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo".




Pablo Neruda

terça-feira, 15 de abril de 2008

Na parede da Memória...


Buscava sua imagem no espelho da memória, abria os olhos e na lâmina d'água observava sua imagem em minha retina... E assim os dias foram passando, vendo sua imagem na minha própria sombra, recordando de sua voz desafinada a cada música, sentindo seu cheiro em todos os lugares, sobretudo quando em meio a um jardim andei, foi lá que eu cai, deitado na verde grama fitava o céu, as nuvens lembravam seu rosto, o brilho do sol seu olhar, e o vendo que passava ao mesmo tempo retirava o perfume das flores muito parecido ao seu suor quando abraçados ficávamos, murmurava ao balançar a relva o murmurio, como aqueles em que você em meu ouvido falava.

A borboleta voou partindo da queda em uma linda flor, antes dela observei formiguinhas caminhando com enormes folhas caídas também de uma árvore enorme, justamente aquela responsável pelo sustento da memória, curiosamente percebi nas folhas e imagem refletida de tudo que vivemos, caídas no pequeno lago flutuavam na incerteza de não saber em qual das margens repousaria, ocorre um infinito de possibilidade quando o vento que as derruba não é nada menos que o vento, vc é o meu vento.

Em meio a estas folhas e flores caídas, sob um céu azul repleto de nuvens e pássaros, onde as borboletas cruzavam o horizonte com a lentidão semelhante ao que acontece quando estamos juntos, os minutos paravam na imensidão de seus olhos e na timidez exalada ao perceber que os meus olhos viram os seus repousarem em meus lábios, a espera de um beijo enorme, novamente congelando o tempo, acordando e percebendo o voar das horas.

Seria absolutamente tão fácil imaginar a beleza de um jardim secreto somente a nós confiada suas chaves de abertura, onde em um banquinho de praça esperaríamos um ao outro reusando na mata verde delicadamente coberta por orvalho, sassiando nossa cede um do outro.
Pena ser vc uma linda imagem da memória, queria por vezes fazer dela um momento menos mágico porém mais intensamente verdadeiro.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Voo noturno de uma mente que te espera




Quando cheguei em casa aquela noite rapidamente um banho tomei e fiquei a espera daquele seu telefonema confirmando a hora e o local que não veio. Minutos antes havia me ligado prometendo inúmeros momentos de felicidade e romantismo, agora estou aqui a sua espera.

Sai de casa apressado em busca de seu olhar em uma das esquinas perto de casa, corri no escuro e com medo por ruas onde a luz da lua não iluminava, percorri aquelas vielas criadas pela minha mente com a esperança latente de te encontrar ao término de cada curva, no horizonte obscuro de cada nova travessa.

Foi triste, lentamente os segundos foram me dando a certeza que não mais aquela noite sentiria seu abraço, o sabor de seus beijos e as palavras alegóricas e melódicas me dizendo que fui o único beijado com vontade. Pura ilusão minha, mas era e é uma ilusão tão doce.

Sentado no banco da praça imaginava uma pessoa a esperar alguem que certamente não mais naquela noite chegaria, tristemente esta pessoa imaginada era eu mesmo. E mesmo após tamanha falta e de já saber de sua ausência mais uma vez por aquela noite continuei a esperar, percorri telefones públicos discando números que me pareciam seus, consumindo meus minutos e os tornando uma eternidade sem fim, ligando e desligando o celular com a certeza incerta de vc ter me ligado e uma falta de sinal ter camuflado.

Na rua de trás a minha casa ha várias árvores, bem aonde entrei em seu carro aquele dia em que ficamos após horas de macarronada e risoles, andando novamente por alí com esperanças de te encontrar por acaso a minha espera observei que voavam morcegos por sobre as árvores, então resolvi sentar na calçada e ficar olhando, meus olhos já estavam cansados e ensaiavam o deslizar de pequenas lágrimas, animais medonhos era o que pensava, em segundos percebi que mesmo sendo bem feios fazem parte de um contexto: Comem as frutas e eliminam as sementes, sendo responsáveis pelo nascimento de inúmeras outras árvores lindas ao meus olhos e certamente aos seus.

E voavam meio descompassados, chegava a ser bonito, um deles se chocou a parede de uma casa e não conseguia voar, logo o peguei, meio com medo claro, e percebi que não passavam de animais, lindos animais, como eu ou como vc, simplesmente estávamos vivendo, e não poderiam causar mal algum.

Saí dali com a certeza de que não mais o veria aquela noite, andei mais um pouco pelo curto movimento de pessoas que longe dali conversavam, um carro passou e dentro dele percebi inúmeros conhecidos meus, fiz de conta que não os ví, poderia entrar no carro e sair com eles, me divertir, te esquecer, mas não era o que eu queria, eu queria mesmo era chorar.

Cheguei em casa, joguei tudo que vestia no chão, caí na cama e fiquei vendo tv, vendo imagens por que não ouvia nada, só percebia que lágrimas rolavam e pequenos e melancólicos momentos me faziam me sentir um idiota. Uma almofada foi minha companheira aquela noite.

No dia seguinte não bastando o seu silencio, telefonei e vc me disse que chegou em casa com sono e não lembrou de mim, caiu na cama e dormiu, enquando eu na rua e no frio te esperava, foi duro ouvir, mas ouvi, engavetei os sentimentos e percebi ser eu mesmo o causador do mal, afinal não se tem notícia de um amor real entre sol e lua, se encontram raramente, e nosso encontro eclipse já havia acontecido, nem por voos desconcertantes de morcegos ou por sombras em paredes em uma noite retornaria a ocorrer, sobretudo em curto tempo, a verdade é que mesmo sabendo que vc jamais seria fácil, acreditei que seria fácil a mim te conquistar.

Agente sempre acha que sabe das coisas, sempre acredita que pode fazer as pessoas gostarem da gente, acreditei que vc pudesse gsostar de mim, acabei como o morcego, decorando a rua com lindas árvores pra vc me notar enquanto que bati com a cara na parede e desacordado ficava a espera de recuperar a capacidade de defesa, defesa contra o mal que é não saber por quais ruas percorrer quando na escuridão se quer encontrar alguem que ao seu lado sonha-se colocar.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A menina que não era borboleta

Ontem estava admirando espantado o triste enterro da quimera, sim, o enterro mais que desleal do bom senso e da dignidade, capacidade crítica e relevância.

A TV quando não gira em torno de umas pessoas sem conteúdo como é o caso do BBB, brinca de cirandinha em torno de um assunto sem graça ao meu ver e sem o menor interesse ao Brasil como um todo: O caso da menina que foi atirada do prédio.

Saber o autor ou autores do crime é de vital importância para punir os responsáveis e dar-lhes o direito de responder em liberdade em menos de um mês, para que assim o clã criminoso e sem sentimentos deixe de cometer crimes bárbaros como esse com medo das punições exemplares direcionadas aos criminosos em nosso país.

O jornalismo brasileiro de tempos em tempos passa por uma crise, crise de notícias e de foco, é tudo coisa de momento, não se chega ao fim das coisas, não se espera o resultado da denúncia e apuração das responsabilidades, de uma hora pra outra, uma idiotice brasileira mais nova é jogada na mídia e a pobre menina será esquecida.

Como brasileiro que clama por uma justiça social de fato, estou mais interessado em saber quem são os responsáveis pelo mensalão, pelos cartões corporativos, pela investigação do governo FHC e tantos outro assuntos que de verdade terão de ser discutidos e averiguados para se ter sim uma sociedade e uma política mais transparente.

O que adianta eu querer isso sendo que o grande quarto poder (jornalismo) não quer, a vontade que me dá é de mandar eles com suas besteiras e imagens de correntes de ar quente e frio assim como o show repetitivo daquele maravilhoso gol responsável pela maravilhosa melhora nos padrões de inteligência dos brasileiros todos a mais profunda lama, quem sabe assim servem para um fim mais justo, adubar o solo.

Enquanto isso a imagem da menina caída não sai da memória dos brasileiros, as “afanagens” federais já esquecidas... A educação é uma porcaria sobretudo pela falta de investimento nos professores e pela quebra de algumas regalias joviais do ECA que dão aos adolescentes ares de impuníveis como de verdade o são.

Deve-se olhar para o que interessa, deixar essa revoada de idiotices passar sem muito alarde, afinal jornais como Notícias Populares deixaram de existir principalmente pelo sangue corrente em cada linha e o Globo Repórter resiste por ficar mesmo é alheio as besteiras noticiadas. Tenho dó da menina, alem de supostamente morta pelo pai, ainda fica velada por um Brasil que nem sabe quem ela foi, o que fazia, e nem deu a ela chance de querer ser. Isso deve ser discutido, ela poderia ser uma revolucionária, e ninguém, absolutamente ninguém, pensou nisso, poderia ser uma borboleta.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Octavarium


Nunca quis me tornar
Alguém como ele
Tão seguro
Capaz de viver cada dia
Como se fosse o último
Eu estava certo, eu sei
Que isto não era pra mim
E eu queria muito mais
Além do que podia ver
Então jurei que nunca seria alguém como ele
Então passaram-se muitos anos desde que declarei
Minha independência, minha missão, minha mira e minha visão
Tão segura
Capaz de viver cada dia
Como se fosse meu ultimo
É maravilhoso saber
Que eu poderia ser
Algo mais do que sonhei
Além do que posso ver
Ainda juro que não estou perdendo este tempo
Tão longe quanto eu puder contar
Não há mais nada que eu precise
Mas ainda me pergunto
Isto pode ser tudo?
Aquilo tudo que jurei
Aquilo que eu nunca quis ser
Era agora tão repentinamente
A única coisa que quero
Me tornar
Ser alguém como você

Um médico senta-se perto de mim
Ele perguntou como me sinto
Sem certeza entendo seu questionamento
Ele diz que estive fora um momento
Mas acho que ele me curou
De um estado catatonico de sono
Onde estive por 30 anos?
Olhos abertos
Mas não passam por mim
Me medica
Me infiltra
Efeitos colaterais aparecem
Como minha consciência escapa
Me medica
Fraca ciência
A consciência apagando rápido
Você não pode parar o que está acontecendo?
Ele prescreve uma alta dosagem
Mas não há garantia
Sinto que isto esta começando a me tomar
Digo que eles não precisam se envergonhar
Não há ninguém para censurar
Uma segunda injeção um despertar memorável
Sinto a recaída não conseguir vencer
Olhos abertos
Mas não passam por mim
Me medica
Me infiltra
Parte de efeitos aparentes
De como minha consciência escapou
Me medicaFraca ciência
A consciência apagando rápido
Você não pode parar o que está acontecendo

Velejando nos
Sete mares oViajante
Dm está pronto
Jack o estripador
Sempre Wilson Philipp
E meu
Jantar está pronto
Lucy no
Céu com diamantes
O dia não está aquiVim salvar a
Hora do pesadelo
Cinema
O jeito para eu
Voltar novamente pra casa
Girando e girando
Grito sem som
Tropeçando em volta
Encontrei um circulo completo
Voando
Sem as
Mãos
Com cuidado
Sem um
Eugênio
Gene que
Esta maquina Messias
Acende meu
Fogo
Juntando, juntando
Hey, heyEncontrei minhas
Gerações
Em casa novamente
Girando e girando
Grito sem som
Tropeçando em volta
Encontrei um circulo completo

Primeiro
Nossos pecados mortais sentem sua fúria mortal
Remova todos obstáculos de seu caminho
Segundo
Perguntando, procura por pistas
A resposta estava bem na sua frente
Terceiro
Tentamos romper, conectar por muito tempo
Caímos em opiniões erradas com uma respiração abafada
Quarto
Lealdade, confiança, fé no desejo
Levando amor a cada chama escura
Quinto
Insanidade torturada, sufocado
Tentando escapar inutilmente
Sexto
Os chamam de admiradores, eles respeitam pretendendo
Sugar todo seu sangue vital mas implorando por mais
Sétimo
Fantasmas inocentes de crimes crueis
Rezarei por alguma insanidade em intenções repulsivas
Passo a passo e tentando controlar meu destino
Quando você finalmente começar a viver será muito tarde
Oitavo
Preso dentro deste octavario
Preso dentro deste octavario
Preso dentro deste octavario
Preso dentro deste octavario

Movemos em círculos
Balançando a todo instante
Num brilhante fio de navalha
Uma esfera perfeita
Colidindo com seu destino
Esta história acaba onde começou


(Dream Theater)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Meu plano



Meu bem
Desde o dia
Em que foi embora
Meu coração só chora
De saudade de você
Meu bem
Já vai fazer um tempo
Que eu tô só no meu canto
Que vontade de te ver
Sorri de novo
Ah, se eu pudesse voltar no tempo
E viver tudo de outro jeito
Faria isso por nós dois
Meu bem
O quanto penso mais lamento
O nosso amor jogado ao vento
Só queria poder te mostrar
Que eu preciso de você
E nem quero esconder
Esse sentimento que eu tenho
Verdadeiro e sincero
Eu preciso de você
E nem tem mais o porquê
De eu ficar aqui perdido
Meu bem
No meu pequeno mundo
No meu pequeno mundo

(Maurício Manieri)

Bicicleta Azul


Correndo como sempre para chegar em casa, desci a estação de trem como a um raio, percorri aquela rua escura dotada de um paredão tortuoso e alto que dava limites a linha de trem.
Com aquele avental branco ainda repleto de sangue de cobaias de laboratório abrigava-me do frio, cantarolando Another day em agudos com a certeza de não ser visto ou ouvido, chegava até a alcançar os agudos finais de The phantom of the opera, ao longe duas bicicletas se aproximavam e sobre uma delas estava você.

Com um olhar traduzi o que era e queria, e você percebeu muito bem.

Algumas semanas passaram até que uma vez me parou, desta vez sem aquela segunda bicicleta a te observar, estava naquela praça escura com arvores imponentes e um aroma de jasmim no ar, abordando-me sem graça com um sorriso meio que tímido e um olhar de fome, sentado no cano da bicicleta se gabando de você e perguntando de meus gostos num singelo completar de espaços em sua rede de dados, te dei meu telefone e lhe pedi seu nome, você saiu e não sei, os dias mais uma vez passaram sem que nunca uma vez você me liga-se, nunca mais vi aquela sua bicicleta azul.

Quase um ano se passou, não lembrava seu rosto, só me recordava da beleza, não lembrava do nome, nem da cor dos olhos, somente da ternura e da exatidão do querer...Fui seguindo minha vida como antes, passando pela mesma rua, percorrendo a mesma escuridão, apenas uma tristeza adicional, nunca mais vi aquela sua bicicleta.

Corria pelo melancólico campo da vida, uma estrada de terra sem destino aparente onde curiosamente um rio negro percorria paralelamente, com margens repletas de rostos de peregrinos que um dia passaram e ali ficaram, afogados no esquecimento emaranhados de ervas-daninha crescentes obstrutoras da vontade contagiante de atravessar o rio negro.

Fina neve caia e congelava a memória, correntes de ar frio pairavam levando pequenas folhas do destino inserto, momentaneamente um raio de luz surgia, diante dele meus olhos mel capturam a força necessária a intensa caminhada que apenas começara... Incrível mesmo é o fato de sentirmos e vermos apenas as coisas, não a intensidade delas.

E fez se o dia, alimentado pela eterna presença da escuridão, os sons foram captados e o rio congelado deu passagem ao meu destino, saí então da estrada e o atravessei, do outro lado alguem me esperava, já não com uma bicicleta, agora com uma brasília velha branca com dificuldade de abrir a porta do passageiro... É, você me deu uma carona, foram os mais longos e vibrantes oito minutos da minha vida, refazendo a vontade, refazendo o que se perdeu anteriormente, novamente meu telefone te dei, só que desta vez não fui um bobo, peguei o seu também, e não mais esperarei um ano, eu quero agora, e quem sabe pra sempre.

Na gentileza de seu toque e na doçura de sua voz suave mergulhei no mar azul, nas profundezas do desejo e no abismo das incertezas vivenciei a possibilidade a espera de um segundo, nadando com a corrente e caçando estrelas, olhando o nada e vendo tudo. Deitado na cama olhando o teto, enxergando constelações onde não existem sequer fagulhas luminosas e estelares, fazendo de almofadas um enorme abraço, singelo momento inspirados por canções e sonhos delicados como a neve fina e congelante que outrora apagava-me o brilho, e que sem que eu percebesse na verdade hidratava minha memória.

As vezes penso em comprar uma bicicleta, é verdade, com ela se sente e ar, se vê o movimento e exercita a noção de espaço, com ela eu posso te pegar no mesmo lugar onde você me pegou, e prometo não mais estar com o avental sujo de sangue, acredito que tenha mesmo é ficado com medo, e te digo uma vez e que entenda até o fim, tenha medo apenas de não conseguir escapar de mim, escapar de meus beijos e amor sem fim.

terça-feira, 4 de março de 2008

Na poeira do mundo


Em todos os dias que passei

Andando por aí a procurar

Algum tipo de sinal

Deixei tanta estrada pra trás

Poeira, asfalto sob o céu

E todos os caminhos para o mar

Mas não deixei nós dois

Pois eu estou aqui

Junto de você sem ter pra onde ir

Até a gente decidir

Quem sabe, até o entardecer

Um rumo nessa vida, um talvez

Pra onde ir

O abrigo da chuva é o céu

O que ilumina a estrada é a lua

E o vento beija o mundo

(Lobão)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O romance da pipa com o vento


Aí a linha arrebentou, jogado eu fui contra uma árvore, veio a chuva com suas nuvens negras e sombrias trazidas por vc vento, me molhou, minha vareta apodreceu, o papel furou, daí já era, pipa não sou mais, voar ao menos não posso... Daí fico de longe puramente a observar que rumo vc tomará, que pipas mais vai usar, sempre com a certeza que vc por mim jamais vai deslizar, a menos que me reforme em cores por vc visíveis mais uma vez, mas assim não seria mais eu, será que valeria a pena?

O quanto é complicado conviver com um sentimento meio que abafado é o que não sei exatamente explicar... Por meio de palavras não há como descrever a maneira como estou apaixonado por vc sem me deixar levar por grandes arroubos e a imensa vontade de agarrar vc quando mesmo por alguns segundos demonstra querer o mesmo.

Subitamente vou me deixando levar ao sabor de um vento inconstante que surge na esquina do que quero e parte para rumo ao destino onde não consigo chegar, talvez por uma falta de orientação sua ou por simples falta de um calçado que me dê as coordenadas corretas para que não pise naquele monte de cacos de vidro que vc lançou quando chocou sua vida em minha ao nos encontrarmos naquela mesma esquina movimentada de onde partiu o vento, que é vc, agora eu sei.

E sendo vc um vento, não consigo te pegar, não há como conter sua quietude quando é vc a prisa daquelas manhãs suaves de outono ou a força transmutada em tempestade de verão, só sei que estou aqui, como uma pipa a voar sem saber qual destino tomar, sendo puxado por uma linha que parece estar bem próxima de arrebentar.

E o vento vai passando, oras notado oras imperceptível, e aquela pipa ainda a voar, enroscando em fios elétricos e simplesmente sendo “mandada” ao destino após a linha tênue do comando mental se romper, daí estou eu, perdido na ventania sem saber o destino final, onde cairei e se um dia voltarei a voar neste mesmo vento.

Canço de esperar, sem nunca te esquecer, infelizmente é uma verdade corrosiva a arder minha vida de pipa, curiosamente vou perdendo a noção do ridículo e acreditando em coisas que sempre soube jamais acontecer, em me deixar levar por aquele nosso único momento particular, no céu sim, vc o vento e eu a pipa, levantando voou, voando no inserto, lançando-me ao acaso das tormentas... Ocorre que pra vc eu era apenas mais uma pipa, enquanto que a mim vc era o único vento.

Pipas não sabem pensar, se soubessem não acreditariam em um romance com o vento, ele passa por todas as pipas sem notar que existem, enquanto a pipa vive ali, estática à espera de que ele volte... Com minha armação bamba e folhas perfuradas tento me livrar dos galhos da árvore, por vezes me perguntando se isso seria bom, ligado a um curto pedaço de linha remendada vou sendo puxado a realidade, não daria mesmo certo um romance entre pipa e vento, deveria ter acreditado nisso antes.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Aquele dia seu cãozinho te livrou de umas (recordando)



Sentado no ponto esperando o encontro, lá vem o menino parecendo machinho, andando apressado contando alguns casos. Chegando na casa, que mino que graça, cachorro brincando, mamãe se arrumando, maninho sorrindo.
Pro quarto foi logo me levando, fofocas rolando, códigos, risadas... Sento na cama, cachorro mordendo, dono sem graça, querendo empurrão, pro cachorro disfarça, cachorro percebe, menino decide.

Vendando meus olhos. Racionalmente não sei explicar a intensidade do que senti quando dentro dos seus olhos mergulhei ou quando minha língua em sua boca se perdeu.
Num emaranhado de braços e pernas, respirações unidas, eu arranhando suas costas, ao acariciar meu rosto, ao olhar seu rosto, pedindo sua boca dentro da minha, seu corpo junto ao meu, perdendo a hora a fazendo intensa... Ai minha orelha.

Desejo guiando o momento, vontade de estar junto, tudo caindo: controle de TV, celular, por horas eu e você. Mãos unidas, pernas em nó, desvendando meu corpo.

Afrouxa o sinto, tira a camisa, aperta ali e aqui, rola pra lá, rola pra cá, tira a calça, acaricia o corpo, jogando o resto, nos jogando um no outro.

Tensão, tremores, algumas dores, enfim unidos, gemidos, suores, movimentos combinados, carícias ao acaso. Muda a posição, esta escorregão, volta a posição, retoma o compasso, calafrios, arrepios, desejo, respiração ofegante, momento alucinante.

Recompondo, arrumando, vergonha voltando, aiai cozinhando, agarrando, beijando, no cano levando, beijo escondido, e mais outro, inglês fluente, entendimento inexistente, combinação em aberto, aguardando reprise, torpedos curtos, significados enormes, história louca e rimas birutas, tudo verdade, ai que bom.

Ah, menino, minha queda será por você, meu amor estará em você, se quem me cortar for você, sangrarei eternamente, e com gosto kk.


(Recordação muito linda, momento inesquecível para mim, adorei ainda lembrar disso)

Over The Hills And Far Away (Nightwish cover Gary Moore)




Eles vieram até ele em uma noite de inverno.
Preso, ele foi amarrado.
Eles disseram ter sido um assalto,
a pistola dele foi encontrada.

Eles o escoltaram para a estação,
ele esperou pelo amanhecer.
E eles o conduziram para o banco dos réus,
ele sabia que havia sido pego por engano
"Você foi acusado de assalto",
ele ouviu o Oficial dizer.
Ele sabia que sem um álibi,
luz amanhã lamentaria a sua liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
durante dez longos anos ele contará os dias.
Sobre as montanhas e os mares,
a vida de um prisioneiro para ele haverá.

Ele sabia que aquilo teria custado caro,
mas ainda ele não ousa dizer.
Onde ele tinha estado naquela noite fatal,
um segredo que tem que guardar.
Ele teve que reagir a lágrimas de raiva.
O coração dele batia como um tambor.
Com a esposa de seu melhor amigo,
ele passou a noite final de sua liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
Ele jura Voltar um dia.
Longe das montanhas e dos mares,
de volta aos braços dela ele jura que estará.
Sobre as Colinas e Alem.

Cada noite dentro de sua cela,
ele olha para fora pelas barras.
Ele lê as cartas que ela escreveu.
Um dia ele saberá o gosto de liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
ela reza que ele vai voltar um dia.
Tão certo quanto os rios chegam aos mares,
De Volta aos braços dele é onde ela estará.

Sobre as Colinas e Além,
ele jura ele retornará um dia.
Sobre montanhas e os mares.
De Volta aos braços dela e onde ele estará.

Sobre as Colinas e Além,
ela reza ele retornará um dia.
Tão certo quanto os rios chegam aos mares.
De Volta ao braço dele e onde ela estará.



* Esta música nos faz pensar muito sobre a intensidade do nosso amor por alguem, será que ele suporta o menor dos sacrifícios? Sem contar nos solos de bateria e guitarra dessa musica, o vocal da Tarja ao vivo nessa ta de matar, ninguem faz igual, sem comparação, um dos melhores covers que eu ja ouvi, quase nunca ficam bons

As coisas são assim


Andei por ruas sombrias repletas de arvores-mostro lançadoras de folhas e grandes roseiras atiradoras de espinhos. Percorri este caminho durante longos dias, andei cansado e sem ânimo, conheci pessoas que me desviaram do caminho, outras que me deram momentos curtos porem intensos de felicidade.

No final dessa rua havia um ponto de ônibus, esperei este chegar e não chegava nunca, resolvi dormir ali... Quando acordei me deparei com enorme deserto, uma areia que fervia imensas criaturas das quais minha metodologia de identificação não era aplicada, me deu medo.

Percebi que o meu medo não era maior que a vontade de saber o que era, então resolvi voltar, voltar para o que eu sou, para o que eu quero... Esta semana recomeçou a faculdade, as velhas esperanças retornaram, a busca pelo conhecimento e o encontro com os amigos.

Nada será como antes, melhoramos, e os espinhos e desertos por vezes já não nos assustam, agora são meramente objetos de estudo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Vestido de abismo


“Acordo as 5 da matina, reclamando da rotina”... E a semana vai passando e o nada vai ficando, se entrelaçando as entranhas e vai sufocando os sonhos com breves e até divertidos pesadelos. E na mente infantil passam ao olhar no espelho pequenos fleches, em cada um deles dementes histórias animadas onde a felicidade se faz presente até na poeira levantada pelos pés ao caminhar.

Dentro do guarda roupa habita uma imensidade de personagem a escolher, vasculhando a bagunça, encontro uma velha roupa a muito tempo esquecida, meio poida e repleta de furinhos, cheirando desagradável e com as costuras já abertas, encontro um passado, “em que o tempo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo”.

Frente a minha imagem refletida na poça de lágrimas delicadamente vou retirando minha armadura de titã, olho atentamente cada curva do meu maquiado rosto e recordo o tempo em que montava aquele cavalo branco que corria sem medo ou cansaço por meio ao lindo campo repleto de obstáculos, onde eu levantava aquela espada talhada com força por minhas próprias mãos, relembrando dos dragões por mim abatidos sem me dar o trabalho de perguntar quem fez deles dragões e a quem fariam tanto mal. Já não sei o que aconteceu, me parece que cai do cavalo branco e fui arrastado pela vergonha até o desfiladeiro mais próximo, de onde fui jogado e esquecido após ser levado pela correnteza poderosa do rio e abandonando na esquina da perdição ao lado do Mar do Esquecimento, vaguei sem destino ou esperança por longas e intermináveis duas semanas, encontrando abrigo em um tenebroso e gótico castelo.

Ao encontrar minha velha roupa perdida dentro do armário de tristes personagens, já cheirando mofo pelo desuso, uma pequena luz volta a brilhar em meus olhos, e as lágrimas vão lavando o tempo do esquecimento revitalizando a feição da beleza a muito escondida dentro de mim... Delicadamente coloco a roupa e uma figura quase desconhecida a minha memórias vai se formando, ajeitando os cabelos e retirando os pingos de maquiagem retirada pelas lágrimas nos cantos do meu rosto percebo que morava ali algo de nobre, não somente pelo rosto, ou pela forma que havia esquecido ter, mas pelo nobre olhar, força e verdade que via. Com maior cuidado recomeçava a arrumar as vestes, adornando seus contornos em volta do corpo surrado pelas batalhas sem fim travadas sobretudo contra mim mesmo, a figura fantasiosa de titã cedia lugar a agradável delicadeza de um príncipe.

Rapidamente uma canção se faz recordar em minha mente, pelos meus lábios foi soada, perto dali um cavalo branco poderoso cavalga com destino certo ao ouvir o canto, saltando sobre árvores mortas e vencendo o lodo negro do pântano ... Eu a correr as escadarias do castelo do medo, descia, e a cada novo degrau a veste ia se clareando, e num passe de mágica se costurando... Na exatidão do tempo que levou até que o cavalo chegasse até o salão do grande castelo onde o esperava.

A terra já não era escura e sem vida, o céu não mais nublado e sem luz, cresciam belas flores no jardim ao mesmo tempo em que borboletas e pássaros voavam, esquilos e pequenos elfos corriam, era a vida chegando.

Montei o corcel branco e percorri até o horizonte, olhando pra trás percebi que não estava perdido naquele castelo afogado pelo mar, estava mesmo era mergulhado na falta de esperança, sempre a espera da princesa que nunca chegava, extingui dragões e trols limpando a terra da maldade aparente, e não percebi que a princesa era tão fria, que mesmo antes de conhecê-la, gelou os dias e as noites sem menor esforço. Eu acordei, e o dia era lindo, a noite estrelada e a beleza do que acreditava ser belo não era necessariamente belo, a imperfeição do mundo me pareceu mais linda, assim como a feia roupa empoeirada de príncipe guardado no guarda-roupa, precisava apenas de um olhar atento.

Perdi tempo como titã, poderia ter vivido como príncipe, mesmo sem uma princesa, e a roupa esquecida nada mais era do que eu, as roupas sobre ela eram o que eu tentei ser, acho que para agradar o mundo, desagradei a mim mesmo, e para ser o príncipe da princesa, fui somente uma figura sem rosto.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"A noite sonhei contigo e não estava durmindo, justo ao contrário, estava tão disperto"


Eu sei que posso estar imaginando, minha mente é boa pra isso e já é uma constante em minha mente a construção de imensos contos de fadas, tropeço e levanto, quando olho, estou em mais um e mesmo assim tenho que dizer: Caramba, como estou ligado em vc.

Eu detesto ficar vidrado, detesto esperar o que vai acontecer, como aquela musica do Barão Vermelhos “ eu quero agora, e eu quero pra sempre”... Não nego que a vontade de ser vc o que imagino me deixa pulsando de alegria, mas necessito de uma pequena luzinha fazendo um sinal de sim pra mim, e de um sim real, não um sim pra me deixar feliz ao enganar minha tonta pessoa kk.
Abaixo uma das musicas que eu mais amo, escute, vc vai amar, apenas uma correção faria, trocaria dois ou três pronomes em toda a letra, se vc entender... É de vc de quem falo realmente.



Segredos ( Frejat )

Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei
Nos seus olhos quero descobrir
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer
Pode ser que eu a encontre
numa fila de cinema
numa esquina ou numa mesa de bar
Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim
E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conheceros meus segredos
Eu procuro um amor
uma razão para vivere as feridas dessa vida
eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje
sem saber o que falar
mas eu disfarço
e não saio sem ela de lá
Procuro um amor
que seja bom pra
procurar, eu vou até o fim

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sua blusa amarela foi pra mim o sol


Viajei nos delírios de te esperar contando cada trem que na plataforma adentrava, a observar sorrisos falhos e roupas coloridas, uma confusão de imagens tornando cada segundo uma pequena eternidade.

Vc surgiu rapidamente com uma blusa amarela que me iluminou o dia, aguardava vc no final da grande escadaria que vc rapidamente venceu ignorando completamente o grandioso obstáculo, cada degrau era pra mim como um pequeno século a nos separar, imaginei durante este tempo mil formas de lhe falar qualquer coisa, naquele instante só fiz o silencio.

Os momentos correram tão depressa contrariando os beijos que faziam o mundo girar parado, uma absurda revoada de pássaros voava cantando, imaginação minha, mais foi tão linda quanto o resto do dia, que na verdade era noite.

Como pode na eternidade dos momento o tempo se fazer tão curto e na imensidão do mar da espera o mesmo tempo impor o correr lento do relógio? Parece a mim uma imponente orquestração do tempo com a pura finalidade de se tornar o senhor absoluto das vidas as quais toma como suas... Ah... Aqueles pássaros eram o que senão o tempo me fazendo ganhar tempo?

Felizmente naquela noite vencemos as provas que as horas nos forçavam, e sim, a noite virou novamente um dia.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Abelha morta em seu jardim


O tempo passou e eu aqui esperando aquele seu telefonema, será que imaginei demais uma segunda vez ou eu estarei fadado a eterna primeira vez? Canso de esperar alguem que não entra pela porta da minha vida, fica sempre na calçada.

As coisas andam em passos tão curto e quase mortos que chego a ter a impressão de que nessa estrada caminharei sempre sozinho, ao andar por ela não vejo sombra alguma... Ando a queimar e arder em sofrimento e solidão e mesmo assim teimo em enfeitar a estrada, colocando flores no acostamento, uma simples maneira de te mostrar a direção que segui, mas pelo visto vc não entende, desce do seu carro fictício e colhe algumas pra plantar em seu jardim da qual não sei o endereço e não posso então colher o néctar como uma abelha faminta.

E parecendo abelha quero dar ferroada em quem não merece, na esperança viu de me matar, sabe-se que as abelhas morrem após a ferroada, hemorragia feroz, assim muitas vezes que quero terminar... Pior de tudo é que tenho medo de morrer assim, e quando meu espirito infeliz despertar ver que estava mesmo era no seu jardim, só não achei a vc.
(Editado conforme visto nos comentários kk)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Kiss me



Levemente sentia a fria brisa a tocar meu rosto trazendo silenciosamente uma sensação de frescor e o cheiro de suas mãos quando acariciavam o meu rosto na imensidão daquela noite repleta de luzes sons e movimento. A lembrança permaneceu ali, intacta, ao sabor do ir e vir da brisa...

Meus olhos pregados enquanto que minha boca ainda de leve recordava a pressão que seus lábios fizeram contra os meus, subtraindo um do outro o mais puro mel.
O entrelaçar de nossos dedos procurando conforto, o quente e provocante deslizar de sua mão sobre o meu corpo aquecendo minha mente com malícias delicadas, a sinfonia da sua voz desafinada abafada pelo barulho habitual dizendo nada e esperando nada como resposta fez com que o tempo parasse naquele instante, a espera de um silenciador beijo ardido.

Curiosamente a brisa passou, as lembranças tomaram seu lugar como imagens do passado que deveria esquecer, o singelo e pequeno raio de sol fitou meus olhos que os seus naquela noite evitavam olhando serelepes para os cantos ou deixando os meus escuros com o repousar de sua mão sobre os meus como vendas a esconder o que vc não queria sentir.

Acordei do transe, mas foi tão bom que não queria, ou melhor, queria fazer deste pequeno sonho uma eterna realidade, mesma que fadada a morte rápida, mas dona de uma intensidade verdadeira.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O Assassinato da flor





Toca o interfone
Eu mando subir
É alguém com flores e eu já fico a mil
Morro de dores
Da dor mais vil

Mas corro até o elevador pra ser gentil
E à fã sem nome
Explico: "As flores não se tocam
Vivem pra si
E pros passarinhos e pro vento"


Foi por amor
O assassinato da flor



Flores são flores
Vivas num jardim
Pessoas são boas
Já nascem assim
Flores são flores

Colhidas sem dó
Por alguém que ama
E não quer ficar só
De manhã cedinho, o sangue escorre
Foi por amor
E o homem bom pratica o ato heróico


Foi por amor
O assassinato da flor


(Cazuza)

Meu coração é um musculo involuntário que bate por vc ...



Isso é pra vc mesmo...


Conhecendo simplesmente as dimensões de sua boca cada centímetro por mim mordida, o sabor de seu beijo e a intensidade de seu olhar perdido no espaço, já me considero um idiota, porra loca inconsequente por ter gostado de vc assim, sem razão sem por que ou querer.


As coisas acontecem na velocidade que nosso desejos querem, sem perguntar as nossas convenções se podem ou não, total falta de respeito com nosso amor próprio, mas gostei de sentir, tá dando um aperto gostoso, mesmo sabendo que não pode ser, ou será que pode, aff, a dança louca da vida começou a rodopiar pelo salão imitando o girar de um ciclone, igualmente acontece com minha mente ao pensar em vc.


Coisa maluca é o coração.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

"Quase acreditei na sua promessa .... Mas vou guardar meu tesouro, caso vc esteja mentindo"

Hoje fiz uma coisa que jurei nunca mais fazer, contar o que vi e não deveria ter visto. Curiosamente repouso meus olhos na particularidade alheia, mas não era tão particular, uma vez que era em local tão público. Senti o maior frio quando vi aquilo, uma dor, como se fosse comigo, minhas mãos tremiam enquanto que meus pés corriam para mais perto da cena, sabendo que não poderia deixar de contar, minha consciência latejava, ao passo que minha cabeça fervilhava imaginando como contaria e se deveria, mas se não contasse estaria eu omitindo a verdade dos fatos.

Ah, eu me coloquei no lugar, me imaginei sonhando com nossos momentos, recordando nossas juras enquanto que perto dali a punhalada vinha certeira e silenciosa como a uma raposa perseguindo um coelho que corria feliz sobre a neve sem saber da dentada que o esperava.

O mais triste de tudo não é a cena que vi, me choquei e precisava contar, simplesmente a estranha e nada feliz tarefa de contar o que vi a quem interessava me tomou uns dias, desde de sábado já não dormia a imaginar despejar e narrar os fatos. Enfim tomei a coragem de contar, e foi muito triste, sabia que iria ser assim, mas como poderia eu na figura de amigo supor a hipótese de negligencias os fatos, triste quando ali na fila reconheci duas pequenas lágrimas saindo de seus olhos escondidos sob um boné cuidadosamente colocado com a aba na testa obscurecendo seu olhar...a vontade que que tinha era de abraçar e o esperar chorar tudo, tudo mesmo, ou reverter os dias e sair de lá antes de ver tudo que tinha visto, para que assim não tivesse nada a contar. É muito triste saber que fazemos parte da infelicidade dos nossos amigos a quem só queremos dar grandiosos sorrisos.

Não espero e nem posso esperar nada senão a verdade, machuca muito saber que fiz parte disso, que fiz chorar, mas de todo coração minha lealdade é com meu amigo, não com o que é correto (sentar e esperar que descubra), acontece que agora fiz o papel de delator, o fofoqueiros das histórias, mas ser amigo é ganhar o Oscar da cara de pau, eu sou amigo e aceito de bom grado a estatueta, mesmo sabendo que por ali alguem chora e passará ainda a noite toda chorando...Bem cruel dizer a verdade, muitas vezes olhamos a mentira como solução, nesse caso como em todos os outros, o correto de fato é dizer a verdade, falar o que gostaríamos de ouvir, e esperar que as decisões sejam tomadas agora com conhecimento de causa.

Quero que tudo corra bem e, se no final continuarem, ao menos terei a certeza de que meu amigo não foi enganado, se terminarem, lamentarei junto a ele e com a mão acolherei suas lágrimas. No final de tudo quero mesmo é que seja muito feliz, pois se fiz o que fiz foi puramente pensando na felicidade sem mentirar, torço agora pra um final digno de ser contado, clichê das histórias românticas, repleto de sorrisos e rosas.

Amigo conte comigo sempre, estou aqui pra tudo, pro feio e pro bonito.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

“Eu tô cansado de tanta caretice tanta babaquice, desta esterna falta do que falar” (Lobão)

Tem gente que é um terror em, os dias passam, os anos se vão, a semana corre, assiste ao enterro das horas e nada de novo entra em sua vida, nada modifica-se, nenhum novo conhecimento, nova esperança, uma total falta de coragem com a vida.
Vejo tudo isso querendo dizer a real, as vezes eu digo, daí eu que sou o chato, mas caraca, será que não percebem que o tempo voa, acordarão na semana seguinte com a mesma falta de objetivos de hoje?
Vivam, e não vegetem

Metal Contra as núvens

I


Não sou escravo de ninguém

Ninguém é senhor do meu domínio

Sei o que devo defender

E por valor eu tenhoE temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguasPor entre abismos e florestas

Por Deus nunca me vi tão só

É a própria fé o que destrói

Estes são dias desleais.

Sou metal, raio, relâmpago e trovão

Sou metal, eu sou o ouro em seu

metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar

Quando tudo é traição,

O que venho encontrar

É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha

E sempre será minha terra

Tem a lua, tem estrelas e sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa

E o que vejo é fome e destruição

Perdi a minha sela e a minha espada

Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade

Existem os tolos e existe o ladrão

E há quem se alimente do que é roubo

Mas vou guardar o meu tesouro

Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra

O descaso que condena,

A estupidez o que destrói

Eu vejo tudo que se foi

E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes,

O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém

Sei que devo resistir

Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão

Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão

Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar

Tenho ainda coração

Não aprendi a me render

Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso

Assim, sem final feliz.

Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver

Temos muito ainda por fazer

Não olhe para trás

Apenas começamos.

O mundo começa agora

Apenas começamos.

(Legião Urbana)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008


Eu só queria te contar uma história romântica ... E o amor não sabe esperar.



Sai em meio a uma apresentação na facu, atravessei a avenida e fui ao encontro da criatura, em meio a árvores e gente correndo, conversamos muito sem nada acontecer de tão especial, tanta generalidade foi dita que não lembro uma só palavra que saiu de sua boca.

Depois de uma demora tamanha atravessamos a praça e voltamos a civilização, descendo a rua encontrei algo que não estava preparado para conhecer. De camisa rota, com uma estampa nada verdadeira, tratando e reclamando de assuntos nada nossos, sem a menor ressalva, te conheci, pelos deuses como foi importante pra mim aquele dia.

Levando bomba na nota da facu, desperdiçando boa parte da noite com aquele papo idiota, entendi que os acasos da vida nos fazem refletir sobre o real sentido de se andar pelas ruas ao leu, por vezes andei depois daquele dia, pelos mesmo lugares, com a finalidade pura de te encontrar, algo que não acontecia.

Chupando um sorvete subi a rua e encontrei vc em meio a alguns amigos, com a mesma falta de intimidade e a mesma vontade de fazer com que ela acabe o encontrei, mas foi tão rapido e tão sem sentido que subi a rua como antes estava fazendo e parti sem olhar pra trás, até parece que não queria, mas não o fiz.

Descendo alguns pontos de ônibus antes do meu destino, passando por querer naquela praça que sei ser frequentada por vc, apenas com a finalidade de te ver, por um segundo, de longe, o meu tempo era bem curto, mas já era o suficiente pra ficar feliz.

Nunca tive assim uma conversa com vc, de verdade por alguns minutos, era tudo que eu queria, disse bem certo, queria, isso porque após uns combinados que não deram certo deixei de esperar, a minha atitude não foi entendida, e o silêncio outrora dominante se refez e tornou-se uma barreira ainda maior entre nós.

Estranho, apesar de gostar de vc, não tenho motivos pra isso, nada do que gosto de verdade e admiro de fato na vida tem reflexo em vc, a não ser o sorriso nos lábios que me fascina. As pontes que nos ligavam não o fazem mais, e assim não sei mais o que fazer, não sei mais se espero vc ou se parto pra outras coisas. Fiz algumas manifestações sentimentais que não gostei de fazer, mas acabei por fazê-las com a finalidade pura de vc me ver, coisa de criança sem brilho, mas eu fiz, e até que acabou indo bem kk, o tiro deu certo.
Aquela pergunta vc me fez mas não senti uma verdadeira vontade de fazê-la a mim, vc me olha enxergando acredito que outra pessoa, ou é vc que não transparece o que quer de verdade. Acontece que meu tempo tá acabando, meu gostar por vc está se transformando em frustração, o passo seguinte é em indiferença, finalizará em um grande nada e esse destino vem caminhando sim a passos largos.

Curiosamente aprendi que não quero esperar por vc, e mesmo que seu sorriso, tiradas sarcástica daquele dia, a imagem de vc me apertando kk, pra ser se era real, está sumindo de minha mente, vejo a imagem se quebrar como um caleidoscópio de paisagem, que aos poucos vai desaparecendo e transformando-se em uma imagem de mina de metais, escavada por máquinas e repleta de buracos profundos e cheios de lama, cada poça é o vazio que sinto em te esperar. Perto dali tem um jardim muito bem cuidado, flores vistosas e borboletas magnificas, pegue em minha mão rapidamente e venha comigo, vc tem um segundo pra dizer que sim, como sempre digo: o amor não sabe esperar, e eu não vou esperar por mais muito tempo.

Um novo recomeço

Foram aí quase 5 meses sem a coragem e sem o tempo de escrever, coisa que eu tanto gosto de fazer, o principal motivo mesmo dessa fuga, por que sim, é uma fuga, foi não ter de fato uma inspiração pra isso, sei lá, os dias estavam passando, e o lugar de desabafo estava sendo sempre a geladeira de casa, assim não ia poder continuar, ao ler um blog, resolvi fazer o meu, mas com outra abordagem, retratando o que eu sinto de verdade.

Como sou depressivo, mas não vai ser sempre assim, acordei semana passada, logo na terça (eu sei que normalmente a semana começa na segunda, mas tô de férias em), me olhei no espelho e, embora houvessem algumas espinhas, percebi que tava gastando tempo com pessoas, assuntos e sentimentos nada condizentes com minha perspectiva de vida, que não me faziam mal nem bem, sendo na verdade bem indiferentes, daqueles provocados por pessoas que vc não experimentou.
No decorrer da semana fiz algumas coisas bem chatas, dei a real a algumas pessoas, resolvi ser mais eu e lutar pelo que quero, na verdade não foram escolhas chatas, foram reações as pessoas chatas que apareceram pra mim e que tentei fazer com que entrassem em minha vida e não quiseram, sei lá por que, acredito que por medo de gostar de mim ou de me odiar, que é bem mais fácil.

Final de semana começou na sexta, encontrei algumas pessoas que me fazem bem, que me fazem sentir que estou aí e que se alguem não me quer tem um monte do outro lado querendo, matei minha curiosidade sobre vc mesmo kk, sai com dor de estômago e não de barriga, boca roxa, tonto, mas bem kk, gostei. Tomei na veia uma dipirona, melhorei, dormi o sábado e o domingo passei me esgüelando frente ao pc com metais pra irritar o povo kk.
Mas é isso, um novo recomeço, e tenho a certeza absoluta de que este ano alem de conseguir meu título de professor de biologia, vou conquistar quem queira ser por mim conquistado, e só vou esperar por quem quer ser encontrado, chega de esperas que me levam pra longe kk. As vezes acordamos tarde, mas o importante é acordar.