domingo, 17 de fevereiro de 2008

O romance da pipa com o vento


Aí a linha arrebentou, jogado eu fui contra uma árvore, veio a chuva com suas nuvens negras e sombrias trazidas por vc vento, me molhou, minha vareta apodreceu, o papel furou, daí já era, pipa não sou mais, voar ao menos não posso... Daí fico de longe puramente a observar que rumo vc tomará, que pipas mais vai usar, sempre com a certeza que vc por mim jamais vai deslizar, a menos que me reforme em cores por vc visíveis mais uma vez, mas assim não seria mais eu, será que valeria a pena?

O quanto é complicado conviver com um sentimento meio que abafado é o que não sei exatamente explicar... Por meio de palavras não há como descrever a maneira como estou apaixonado por vc sem me deixar levar por grandes arroubos e a imensa vontade de agarrar vc quando mesmo por alguns segundos demonstra querer o mesmo.

Subitamente vou me deixando levar ao sabor de um vento inconstante que surge na esquina do que quero e parte para rumo ao destino onde não consigo chegar, talvez por uma falta de orientação sua ou por simples falta de um calçado que me dê as coordenadas corretas para que não pise naquele monte de cacos de vidro que vc lançou quando chocou sua vida em minha ao nos encontrarmos naquela mesma esquina movimentada de onde partiu o vento, que é vc, agora eu sei.

E sendo vc um vento, não consigo te pegar, não há como conter sua quietude quando é vc a prisa daquelas manhãs suaves de outono ou a força transmutada em tempestade de verão, só sei que estou aqui, como uma pipa a voar sem saber qual destino tomar, sendo puxado por uma linha que parece estar bem próxima de arrebentar.

E o vento vai passando, oras notado oras imperceptível, e aquela pipa ainda a voar, enroscando em fios elétricos e simplesmente sendo “mandada” ao destino após a linha tênue do comando mental se romper, daí estou eu, perdido na ventania sem saber o destino final, onde cairei e se um dia voltarei a voar neste mesmo vento.

Canço de esperar, sem nunca te esquecer, infelizmente é uma verdade corrosiva a arder minha vida de pipa, curiosamente vou perdendo a noção do ridículo e acreditando em coisas que sempre soube jamais acontecer, em me deixar levar por aquele nosso único momento particular, no céu sim, vc o vento e eu a pipa, levantando voou, voando no inserto, lançando-me ao acaso das tormentas... Ocorre que pra vc eu era apenas mais uma pipa, enquanto que a mim vc era o único vento.

Pipas não sabem pensar, se soubessem não acreditariam em um romance com o vento, ele passa por todas as pipas sem notar que existem, enquanto a pipa vive ali, estática à espera de que ele volte... Com minha armação bamba e folhas perfuradas tento me livrar dos galhos da árvore, por vezes me perguntando se isso seria bom, ligado a um curto pedaço de linha remendada vou sendo puxado a realidade, não daria mesmo certo um romance entre pipa e vento, deveria ter acreditado nisso antes.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Aquele dia seu cãozinho te livrou de umas (recordando)



Sentado no ponto esperando o encontro, lá vem o menino parecendo machinho, andando apressado contando alguns casos. Chegando na casa, que mino que graça, cachorro brincando, mamãe se arrumando, maninho sorrindo.
Pro quarto foi logo me levando, fofocas rolando, códigos, risadas... Sento na cama, cachorro mordendo, dono sem graça, querendo empurrão, pro cachorro disfarça, cachorro percebe, menino decide.

Vendando meus olhos. Racionalmente não sei explicar a intensidade do que senti quando dentro dos seus olhos mergulhei ou quando minha língua em sua boca se perdeu.
Num emaranhado de braços e pernas, respirações unidas, eu arranhando suas costas, ao acariciar meu rosto, ao olhar seu rosto, pedindo sua boca dentro da minha, seu corpo junto ao meu, perdendo a hora a fazendo intensa... Ai minha orelha.

Desejo guiando o momento, vontade de estar junto, tudo caindo: controle de TV, celular, por horas eu e você. Mãos unidas, pernas em nó, desvendando meu corpo.

Afrouxa o sinto, tira a camisa, aperta ali e aqui, rola pra lá, rola pra cá, tira a calça, acaricia o corpo, jogando o resto, nos jogando um no outro.

Tensão, tremores, algumas dores, enfim unidos, gemidos, suores, movimentos combinados, carícias ao acaso. Muda a posição, esta escorregão, volta a posição, retoma o compasso, calafrios, arrepios, desejo, respiração ofegante, momento alucinante.

Recompondo, arrumando, vergonha voltando, aiai cozinhando, agarrando, beijando, no cano levando, beijo escondido, e mais outro, inglês fluente, entendimento inexistente, combinação em aberto, aguardando reprise, torpedos curtos, significados enormes, história louca e rimas birutas, tudo verdade, ai que bom.

Ah, menino, minha queda será por você, meu amor estará em você, se quem me cortar for você, sangrarei eternamente, e com gosto kk.


(Recordação muito linda, momento inesquecível para mim, adorei ainda lembrar disso)

Over The Hills And Far Away (Nightwish cover Gary Moore)




Eles vieram até ele em uma noite de inverno.
Preso, ele foi amarrado.
Eles disseram ter sido um assalto,
a pistola dele foi encontrada.

Eles o escoltaram para a estação,
ele esperou pelo amanhecer.
E eles o conduziram para o banco dos réus,
ele sabia que havia sido pego por engano
"Você foi acusado de assalto",
ele ouviu o Oficial dizer.
Ele sabia que sem um álibi,
luz amanhã lamentaria a sua liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
durante dez longos anos ele contará os dias.
Sobre as montanhas e os mares,
a vida de um prisioneiro para ele haverá.

Ele sabia que aquilo teria custado caro,
mas ainda ele não ousa dizer.
Onde ele tinha estado naquela noite fatal,
um segredo que tem que guardar.
Ele teve que reagir a lágrimas de raiva.
O coração dele batia como um tambor.
Com a esposa de seu melhor amigo,
ele passou a noite final de sua liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
Ele jura Voltar um dia.
Longe das montanhas e dos mares,
de volta aos braços dela ele jura que estará.
Sobre as Colinas e Alem.

Cada noite dentro de sua cela,
ele olha para fora pelas barras.
Ele lê as cartas que ela escreveu.
Um dia ele saberá o gosto de liberdade.

Sobre as Colinas e Além,
ela reza que ele vai voltar um dia.
Tão certo quanto os rios chegam aos mares,
De Volta aos braços dele é onde ela estará.

Sobre as Colinas e Além,
ele jura ele retornará um dia.
Sobre montanhas e os mares.
De Volta aos braços dela e onde ele estará.

Sobre as Colinas e Além,
ela reza ele retornará um dia.
Tão certo quanto os rios chegam aos mares.
De Volta ao braço dele e onde ela estará.



* Esta música nos faz pensar muito sobre a intensidade do nosso amor por alguem, será que ele suporta o menor dos sacrifícios? Sem contar nos solos de bateria e guitarra dessa musica, o vocal da Tarja ao vivo nessa ta de matar, ninguem faz igual, sem comparação, um dos melhores covers que eu ja ouvi, quase nunca ficam bons

As coisas são assim


Andei por ruas sombrias repletas de arvores-mostro lançadoras de folhas e grandes roseiras atiradoras de espinhos. Percorri este caminho durante longos dias, andei cansado e sem ânimo, conheci pessoas que me desviaram do caminho, outras que me deram momentos curtos porem intensos de felicidade.

No final dessa rua havia um ponto de ônibus, esperei este chegar e não chegava nunca, resolvi dormir ali... Quando acordei me deparei com enorme deserto, uma areia que fervia imensas criaturas das quais minha metodologia de identificação não era aplicada, me deu medo.

Percebi que o meu medo não era maior que a vontade de saber o que era, então resolvi voltar, voltar para o que eu sou, para o que eu quero... Esta semana recomeçou a faculdade, as velhas esperanças retornaram, a busca pelo conhecimento e o encontro com os amigos.

Nada será como antes, melhoramos, e os espinhos e desertos por vezes já não nos assustam, agora são meramente objetos de estudo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Vestido de abismo


“Acordo as 5 da matina, reclamando da rotina”... E a semana vai passando e o nada vai ficando, se entrelaçando as entranhas e vai sufocando os sonhos com breves e até divertidos pesadelos. E na mente infantil passam ao olhar no espelho pequenos fleches, em cada um deles dementes histórias animadas onde a felicidade se faz presente até na poeira levantada pelos pés ao caminhar.

Dentro do guarda roupa habita uma imensidade de personagem a escolher, vasculhando a bagunça, encontro uma velha roupa a muito tempo esquecida, meio poida e repleta de furinhos, cheirando desagradável e com as costuras já abertas, encontro um passado, “em que o tempo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo”.

Frente a minha imagem refletida na poça de lágrimas delicadamente vou retirando minha armadura de titã, olho atentamente cada curva do meu maquiado rosto e recordo o tempo em que montava aquele cavalo branco que corria sem medo ou cansaço por meio ao lindo campo repleto de obstáculos, onde eu levantava aquela espada talhada com força por minhas próprias mãos, relembrando dos dragões por mim abatidos sem me dar o trabalho de perguntar quem fez deles dragões e a quem fariam tanto mal. Já não sei o que aconteceu, me parece que cai do cavalo branco e fui arrastado pela vergonha até o desfiladeiro mais próximo, de onde fui jogado e esquecido após ser levado pela correnteza poderosa do rio e abandonando na esquina da perdição ao lado do Mar do Esquecimento, vaguei sem destino ou esperança por longas e intermináveis duas semanas, encontrando abrigo em um tenebroso e gótico castelo.

Ao encontrar minha velha roupa perdida dentro do armário de tristes personagens, já cheirando mofo pelo desuso, uma pequena luz volta a brilhar em meus olhos, e as lágrimas vão lavando o tempo do esquecimento revitalizando a feição da beleza a muito escondida dentro de mim... Delicadamente coloco a roupa e uma figura quase desconhecida a minha memórias vai se formando, ajeitando os cabelos e retirando os pingos de maquiagem retirada pelas lágrimas nos cantos do meu rosto percebo que morava ali algo de nobre, não somente pelo rosto, ou pela forma que havia esquecido ter, mas pelo nobre olhar, força e verdade que via. Com maior cuidado recomeçava a arrumar as vestes, adornando seus contornos em volta do corpo surrado pelas batalhas sem fim travadas sobretudo contra mim mesmo, a figura fantasiosa de titã cedia lugar a agradável delicadeza de um príncipe.

Rapidamente uma canção se faz recordar em minha mente, pelos meus lábios foi soada, perto dali um cavalo branco poderoso cavalga com destino certo ao ouvir o canto, saltando sobre árvores mortas e vencendo o lodo negro do pântano ... Eu a correr as escadarias do castelo do medo, descia, e a cada novo degrau a veste ia se clareando, e num passe de mágica se costurando... Na exatidão do tempo que levou até que o cavalo chegasse até o salão do grande castelo onde o esperava.

A terra já não era escura e sem vida, o céu não mais nublado e sem luz, cresciam belas flores no jardim ao mesmo tempo em que borboletas e pássaros voavam, esquilos e pequenos elfos corriam, era a vida chegando.

Montei o corcel branco e percorri até o horizonte, olhando pra trás percebi que não estava perdido naquele castelo afogado pelo mar, estava mesmo era mergulhado na falta de esperança, sempre a espera da princesa que nunca chegava, extingui dragões e trols limpando a terra da maldade aparente, e não percebi que a princesa era tão fria, que mesmo antes de conhecê-la, gelou os dias e as noites sem menor esforço. Eu acordei, e o dia era lindo, a noite estrelada e a beleza do que acreditava ser belo não era necessariamente belo, a imperfeição do mundo me pareceu mais linda, assim como a feia roupa empoeirada de príncipe guardado no guarda-roupa, precisava apenas de um olhar atento.

Perdi tempo como titã, poderia ter vivido como príncipe, mesmo sem uma princesa, e a roupa esquecida nada mais era do que eu, as roupas sobre ela eram o que eu tentei ser, acho que para agradar o mundo, desagradei a mim mesmo, e para ser o príncipe da princesa, fui somente uma figura sem rosto.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"A noite sonhei contigo e não estava durmindo, justo ao contrário, estava tão disperto"


Eu sei que posso estar imaginando, minha mente é boa pra isso e já é uma constante em minha mente a construção de imensos contos de fadas, tropeço e levanto, quando olho, estou em mais um e mesmo assim tenho que dizer: Caramba, como estou ligado em vc.

Eu detesto ficar vidrado, detesto esperar o que vai acontecer, como aquela musica do Barão Vermelhos “ eu quero agora, e eu quero pra sempre”... Não nego que a vontade de ser vc o que imagino me deixa pulsando de alegria, mas necessito de uma pequena luzinha fazendo um sinal de sim pra mim, e de um sim real, não um sim pra me deixar feliz ao enganar minha tonta pessoa kk.
Abaixo uma das musicas que eu mais amo, escute, vc vai amar, apenas uma correção faria, trocaria dois ou três pronomes em toda a letra, se vc entender... É de vc de quem falo realmente.



Segredos ( Frejat )

Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei
Nos seus olhos quero descobrir
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer
Pode ser que eu a encontre
numa fila de cinema
numa esquina ou numa mesa de bar
Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim
E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conheceros meus segredos
Eu procuro um amor
uma razão para vivere as feridas dessa vida
eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje
sem saber o que falar
mas eu disfarço
e não saio sem ela de lá
Procuro um amor
que seja bom pra
procurar, eu vou até o fim

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sua blusa amarela foi pra mim o sol


Viajei nos delírios de te esperar contando cada trem que na plataforma adentrava, a observar sorrisos falhos e roupas coloridas, uma confusão de imagens tornando cada segundo uma pequena eternidade.

Vc surgiu rapidamente com uma blusa amarela que me iluminou o dia, aguardava vc no final da grande escadaria que vc rapidamente venceu ignorando completamente o grandioso obstáculo, cada degrau era pra mim como um pequeno século a nos separar, imaginei durante este tempo mil formas de lhe falar qualquer coisa, naquele instante só fiz o silencio.

Os momentos correram tão depressa contrariando os beijos que faziam o mundo girar parado, uma absurda revoada de pássaros voava cantando, imaginação minha, mais foi tão linda quanto o resto do dia, que na verdade era noite.

Como pode na eternidade dos momento o tempo se fazer tão curto e na imensidão do mar da espera o mesmo tempo impor o correr lento do relógio? Parece a mim uma imponente orquestração do tempo com a pura finalidade de se tornar o senhor absoluto das vidas as quais toma como suas... Ah... Aqueles pássaros eram o que senão o tempo me fazendo ganhar tempo?

Felizmente naquela noite vencemos as provas que as horas nos forçavam, e sim, a noite virou novamente um dia.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Abelha morta em seu jardim


O tempo passou e eu aqui esperando aquele seu telefonema, será que imaginei demais uma segunda vez ou eu estarei fadado a eterna primeira vez? Canso de esperar alguem que não entra pela porta da minha vida, fica sempre na calçada.

As coisas andam em passos tão curto e quase mortos que chego a ter a impressão de que nessa estrada caminharei sempre sozinho, ao andar por ela não vejo sombra alguma... Ando a queimar e arder em sofrimento e solidão e mesmo assim teimo em enfeitar a estrada, colocando flores no acostamento, uma simples maneira de te mostrar a direção que segui, mas pelo visto vc não entende, desce do seu carro fictício e colhe algumas pra plantar em seu jardim da qual não sei o endereço e não posso então colher o néctar como uma abelha faminta.

E parecendo abelha quero dar ferroada em quem não merece, na esperança viu de me matar, sabe-se que as abelhas morrem após a ferroada, hemorragia feroz, assim muitas vezes que quero terminar... Pior de tudo é que tenho medo de morrer assim, e quando meu espirito infeliz despertar ver que estava mesmo era no seu jardim, só não achei a vc.
(Editado conforme visto nos comentários kk)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Kiss me



Levemente sentia a fria brisa a tocar meu rosto trazendo silenciosamente uma sensação de frescor e o cheiro de suas mãos quando acariciavam o meu rosto na imensidão daquela noite repleta de luzes sons e movimento. A lembrança permaneceu ali, intacta, ao sabor do ir e vir da brisa...

Meus olhos pregados enquanto que minha boca ainda de leve recordava a pressão que seus lábios fizeram contra os meus, subtraindo um do outro o mais puro mel.
O entrelaçar de nossos dedos procurando conforto, o quente e provocante deslizar de sua mão sobre o meu corpo aquecendo minha mente com malícias delicadas, a sinfonia da sua voz desafinada abafada pelo barulho habitual dizendo nada e esperando nada como resposta fez com que o tempo parasse naquele instante, a espera de um silenciador beijo ardido.

Curiosamente a brisa passou, as lembranças tomaram seu lugar como imagens do passado que deveria esquecer, o singelo e pequeno raio de sol fitou meus olhos que os seus naquela noite evitavam olhando serelepes para os cantos ou deixando os meus escuros com o repousar de sua mão sobre os meus como vendas a esconder o que vc não queria sentir.

Acordei do transe, mas foi tão bom que não queria, ou melhor, queria fazer deste pequeno sonho uma eterna realidade, mesma que fadada a morte rápida, mas dona de uma intensidade verdadeira.