sexta-feira, 4 de abril de 2008

A menina que não era borboleta

Ontem estava admirando espantado o triste enterro da quimera, sim, o enterro mais que desleal do bom senso e da dignidade, capacidade crítica e relevância.

A TV quando não gira em torno de umas pessoas sem conteúdo como é o caso do BBB, brinca de cirandinha em torno de um assunto sem graça ao meu ver e sem o menor interesse ao Brasil como um todo: O caso da menina que foi atirada do prédio.

Saber o autor ou autores do crime é de vital importância para punir os responsáveis e dar-lhes o direito de responder em liberdade em menos de um mês, para que assim o clã criminoso e sem sentimentos deixe de cometer crimes bárbaros como esse com medo das punições exemplares direcionadas aos criminosos em nosso país.

O jornalismo brasileiro de tempos em tempos passa por uma crise, crise de notícias e de foco, é tudo coisa de momento, não se chega ao fim das coisas, não se espera o resultado da denúncia e apuração das responsabilidades, de uma hora pra outra, uma idiotice brasileira mais nova é jogada na mídia e a pobre menina será esquecida.

Como brasileiro que clama por uma justiça social de fato, estou mais interessado em saber quem são os responsáveis pelo mensalão, pelos cartões corporativos, pela investigação do governo FHC e tantos outro assuntos que de verdade terão de ser discutidos e averiguados para se ter sim uma sociedade e uma política mais transparente.

O que adianta eu querer isso sendo que o grande quarto poder (jornalismo) não quer, a vontade que me dá é de mandar eles com suas besteiras e imagens de correntes de ar quente e frio assim como o show repetitivo daquele maravilhoso gol responsável pela maravilhosa melhora nos padrões de inteligência dos brasileiros todos a mais profunda lama, quem sabe assim servem para um fim mais justo, adubar o solo.

Enquanto isso a imagem da menina caída não sai da memória dos brasileiros, as “afanagens” federais já esquecidas... A educação é uma porcaria sobretudo pela falta de investimento nos professores e pela quebra de algumas regalias joviais do ECA que dão aos adolescentes ares de impuníveis como de verdade o são.

Deve-se olhar para o que interessa, deixar essa revoada de idiotices passar sem muito alarde, afinal jornais como Notícias Populares deixaram de existir principalmente pelo sangue corrente em cada linha e o Globo Repórter resiste por ficar mesmo é alheio as besteiras noticiadas. Tenho dó da menina, alem de supostamente morta pelo pai, ainda fica velada por um Brasil que nem sabe quem ela foi, o que fazia, e nem deu a ela chance de querer ser. Isso deve ser discutido, ela poderia ser uma revolucionária, e ninguém, absolutamente ninguém, pensou nisso, poderia ser uma borboleta.