domingo, 3 de fevereiro de 2008

Abelha morta em seu jardim


O tempo passou e eu aqui esperando aquele seu telefonema, será que imaginei demais uma segunda vez ou eu estarei fadado a eterna primeira vez? Canso de esperar alguem que não entra pela porta da minha vida, fica sempre na calçada.

As coisas andam em passos tão curto e quase mortos que chego a ter a impressão de que nessa estrada caminharei sempre sozinho, ao andar por ela não vejo sombra alguma... Ando a queimar e arder em sofrimento e solidão e mesmo assim teimo em enfeitar a estrada, colocando flores no acostamento, uma simples maneira de te mostrar a direção que segui, mas pelo visto vc não entende, desce do seu carro fictício e colhe algumas pra plantar em seu jardim da qual não sei o endereço e não posso então colher o néctar como uma abelha faminta.

E parecendo abelha quero dar ferroada em quem não merece, na esperança viu de me matar, sabe-se que as abelhas morrem após a ferroada, hemorragia feroz, assim muitas vezes que quero terminar... Pior de tudo é que tenho medo de morrer assim, e quando meu espirito infeliz despertar ver que estava mesmo era no seu jardim, só não achei a vc.
(Editado conforme visto nos comentários kk)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Kiss me



Levemente sentia a fria brisa a tocar meu rosto trazendo silenciosamente uma sensação de frescor e o cheiro de suas mãos quando acariciavam o meu rosto na imensidão daquela noite repleta de luzes sons e movimento. A lembrança permaneceu ali, intacta, ao sabor do ir e vir da brisa...

Meus olhos pregados enquanto que minha boca ainda de leve recordava a pressão que seus lábios fizeram contra os meus, subtraindo um do outro o mais puro mel.
O entrelaçar de nossos dedos procurando conforto, o quente e provocante deslizar de sua mão sobre o meu corpo aquecendo minha mente com malícias delicadas, a sinfonia da sua voz desafinada abafada pelo barulho habitual dizendo nada e esperando nada como resposta fez com que o tempo parasse naquele instante, a espera de um silenciador beijo ardido.

Curiosamente a brisa passou, as lembranças tomaram seu lugar como imagens do passado que deveria esquecer, o singelo e pequeno raio de sol fitou meus olhos que os seus naquela noite evitavam olhando serelepes para os cantos ou deixando os meus escuros com o repousar de sua mão sobre os meus como vendas a esconder o que vc não queria sentir.

Acordei do transe, mas foi tão bom que não queria, ou melhor, queria fazer deste pequeno sonho uma eterna realidade, mesma que fadada a morte rápida, mas dona de uma intensidade verdadeira.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O Assassinato da flor





Toca o interfone
Eu mando subir
É alguém com flores e eu já fico a mil
Morro de dores
Da dor mais vil

Mas corro até o elevador pra ser gentil
E à fã sem nome
Explico: "As flores não se tocam
Vivem pra si
E pros passarinhos e pro vento"


Foi por amor
O assassinato da flor



Flores são flores
Vivas num jardim
Pessoas são boas
Já nascem assim
Flores são flores

Colhidas sem dó
Por alguém que ama
E não quer ficar só
De manhã cedinho, o sangue escorre
Foi por amor
E o homem bom pratica o ato heróico


Foi por amor
O assassinato da flor


(Cazuza)

Meu coração é um musculo involuntário que bate por vc ...



Isso é pra vc mesmo...


Conhecendo simplesmente as dimensões de sua boca cada centímetro por mim mordida, o sabor de seu beijo e a intensidade de seu olhar perdido no espaço, já me considero um idiota, porra loca inconsequente por ter gostado de vc assim, sem razão sem por que ou querer.


As coisas acontecem na velocidade que nosso desejos querem, sem perguntar as nossas convenções se podem ou não, total falta de respeito com nosso amor próprio, mas gostei de sentir, tá dando um aperto gostoso, mesmo sabendo que não pode ser, ou será que pode, aff, a dança louca da vida começou a rodopiar pelo salão imitando o girar de um ciclone, igualmente acontece com minha mente ao pensar em vc.


Coisa maluca é o coração.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

"Quase acreditei na sua promessa .... Mas vou guardar meu tesouro, caso vc esteja mentindo"

Hoje fiz uma coisa que jurei nunca mais fazer, contar o que vi e não deveria ter visto. Curiosamente repouso meus olhos na particularidade alheia, mas não era tão particular, uma vez que era em local tão público. Senti o maior frio quando vi aquilo, uma dor, como se fosse comigo, minhas mãos tremiam enquanto que meus pés corriam para mais perto da cena, sabendo que não poderia deixar de contar, minha consciência latejava, ao passo que minha cabeça fervilhava imaginando como contaria e se deveria, mas se não contasse estaria eu omitindo a verdade dos fatos.

Ah, eu me coloquei no lugar, me imaginei sonhando com nossos momentos, recordando nossas juras enquanto que perto dali a punhalada vinha certeira e silenciosa como a uma raposa perseguindo um coelho que corria feliz sobre a neve sem saber da dentada que o esperava.

O mais triste de tudo não é a cena que vi, me choquei e precisava contar, simplesmente a estranha e nada feliz tarefa de contar o que vi a quem interessava me tomou uns dias, desde de sábado já não dormia a imaginar despejar e narrar os fatos. Enfim tomei a coragem de contar, e foi muito triste, sabia que iria ser assim, mas como poderia eu na figura de amigo supor a hipótese de negligencias os fatos, triste quando ali na fila reconheci duas pequenas lágrimas saindo de seus olhos escondidos sob um boné cuidadosamente colocado com a aba na testa obscurecendo seu olhar...a vontade que que tinha era de abraçar e o esperar chorar tudo, tudo mesmo, ou reverter os dias e sair de lá antes de ver tudo que tinha visto, para que assim não tivesse nada a contar. É muito triste saber que fazemos parte da infelicidade dos nossos amigos a quem só queremos dar grandiosos sorrisos.

Não espero e nem posso esperar nada senão a verdade, machuca muito saber que fiz parte disso, que fiz chorar, mas de todo coração minha lealdade é com meu amigo, não com o que é correto (sentar e esperar que descubra), acontece que agora fiz o papel de delator, o fofoqueiros das histórias, mas ser amigo é ganhar o Oscar da cara de pau, eu sou amigo e aceito de bom grado a estatueta, mesmo sabendo que por ali alguem chora e passará ainda a noite toda chorando...Bem cruel dizer a verdade, muitas vezes olhamos a mentira como solução, nesse caso como em todos os outros, o correto de fato é dizer a verdade, falar o que gostaríamos de ouvir, e esperar que as decisões sejam tomadas agora com conhecimento de causa.

Quero que tudo corra bem e, se no final continuarem, ao menos terei a certeza de que meu amigo não foi enganado, se terminarem, lamentarei junto a ele e com a mão acolherei suas lágrimas. No final de tudo quero mesmo é que seja muito feliz, pois se fiz o que fiz foi puramente pensando na felicidade sem mentirar, torço agora pra um final digno de ser contado, clichê das histórias românticas, repleto de sorrisos e rosas.

Amigo conte comigo sempre, estou aqui pra tudo, pro feio e pro bonito.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

“Eu tô cansado de tanta caretice tanta babaquice, desta esterna falta do que falar” (Lobão)

Tem gente que é um terror em, os dias passam, os anos se vão, a semana corre, assiste ao enterro das horas e nada de novo entra em sua vida, nada modifica-se, nenhum novo conhecimento, nova esperança, uma total falta de coragem com a vida.
Vejo tudo isso querendo dizer a real, as vezes eu digo, daí eu que sou o chato, mas caraca, será que não percebem que o tempo voa, acordarão na semana seguinte com a mesma falta de objetivos de hoje?
Vivam, e não vegetem

Metal Contra as núvens

I


Não sou escravo de ninguém

Ninguém é senhor do meu domínio

Sei o que devo defender

E por valor eu tenhoE temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguasPor entre abismos e florestas

Por Deus nunca me vi tão só

É a própria fé o que destrói

Estes são dias desleais.

Sou metal, raio, relâmpago e trovão

Sou metal, eu sou o ouro em seu

metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar

Quando tudo é traição,

O que venho encontrar

É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha

E sempre será minha terra

Tem a lua, tem estrelas e sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa

E o que vejo é fome e destruição

Perdi a minha sela e a minha espada

Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade

Existem os tolos e existe o ladrão

E há quem se alimente do que é roubo

Mas vou guardar o meu tesouro

Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra

O descaso que condena,

A estupidez o que destrói

Eu vejo tudo que se foi

E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes,

O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém

Sei que devo resistir

Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão

Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão

Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar

Tenho ainda coração

Não aprendi a me render

Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso

Assim, sem final feliz.

Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver

Temos muito ainda por fazer

Não olhe para trás

Apenas começamos.

O mundo começa agora

Apenas começamos.

(Legião Urbana)