quinta-feira, 15 de maio de 2008

Crepúsculo do olhar (confusão colorimétrica dos sentidos)



Houve uma eterna e única fagulha de luz saindo de seus olhos negros como fim dos tempos vindo em minha direção a observar meus lábios enquanto falava imensidão de delírios sentimentais e decaia em sonhos vãos com olhos fechando e abrindo sem pressa a espera daquele seu beijo.

Curiosamente a lua brilhava enquanto nuvens doces pairavam cinzas sobre o céu negro, nós já deitados sobre a grama verdinha e molhada pelo orvalho contávamos estrelas montando flores entregues um ao outro, o vento sobrava brisa perfumada por seus cabelos espalhados ao sabor do acaso entrelaçados em meus dedos a segurar seus braços delicadamente enquanto que seus irmãos dedos deslizavam sobre seu rosto frio ao luar ainda mais branco pesando sobre meus lábios intensamente vermelhos e vibrantes.

A luz do seu olhar negro se perdeu no abismo dos meus olhos mel enquanto as retinas agitavam-se rapidamente procurando uma fuga do prazer e da intensidade pujante de sons agonizantes e delirantes banhados pela fina chuva caindo lentamente ao nosso corpo fervente atacado por gélidos calafrios a esmo insistentes fazendo tremer sua perna em falso na grama pressionada pelo peso do meu corpo meio suado a procurar abrigo nas curvas do seu.

A grama cozia enquanto o orvalho evaporava, redemoinhos perfumavam e os olhos procuravam repouso da agitação rotativa e saltitante, os lábios se perdiam nos rios de seus iguais a espera de uma língua nada declamante apenas andante a deslizar sobre o assoalho lingual ao mesmo tempo que o corpo sentia no outro o abir e fechar dos póros em cada calafrio e gemido.

O Sol vinha nascendo, o silencio retomando o cenário, ao longe flores abriam suas corolas e beija-flores repousavam seus bicos, nossos olhos a observar o nascimento de arco-íris sombrios e o voo de borboletas, segundos compartilhados pelo entrelaçar de mãos, pernas e viajar da mente em busca da eternização do momento, guardado em páginas já amareladas por um tempo em que guardado na gaveta da mente permaneceu a confissão de horas épicas no campo desconhecido e semeado do desejo perdição de em seus olhos viajar sem destino assistindo fechá-los ao toque de meus lábios, girando sem nexo ou destino aparente na imensidão do pecado de sonhar em ter você só pra mim.

Um comentário:

Cristiano Nadai disse...

Nossa, me perdi entre tantas imagens/palavras do seu post... Parabens! Nunca consegui escrever assim =/
É um conto, filho de uma mente fertil ou essas paginas amareladas realmente são suas? (prometo que um dia paro de ser curioso rs)
Ah, e sobre a atualização, me desculpe, mas nossos problemas foram resolvidos, falta conseguir editar aquela bendita caixinha, mas aprendi a disponibilizar assinatura via feed)
Abraços !